segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Edson Pimentel: "Uma empresa estatal de obras públicas seria a melhor solução"



por Rodrigo Barrenechea,
da secretaria de comunicação do PSTU São Gonçalo

 Nos últimos meses, diversas empresas que prestam serviços à Petrobrás e ao governo tem aparecido em escândalos de corrupção. As investigações da Operação Lava-Jato já levaram à prisão de diretores e ex-diretores da estatal, assim como de diversos executivos das principais empreiteiras do país. Recentemente, o governo Dilma optou por substituir parte da diretoria da estatal, incluindo sua presidente, Graça Foster, por Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, um nome ligado ao "mercado financeiro" (leia-se aos banqueiros e fundos de investimento) e sem conhecimento na área de energia.
Fotos: RB
 Conversamos com Edson Pimentel, operário metalúrgico e ex-candidato a deputado estadual nas últimas eleições de 2014, sobre a crise na estatal, especialmente no que toca ao Comperj, obra da Petrobrás na vizinha Itaboraí. Os reflexos dos problemas por lá já vem afetando toda a economia da região, em especial agravando os problemas da classe trabalhadora local.

P: A obra do Comperj vive uma crise. Por que isto tem ocorrido junto numa época de investigação da corrupção na Petrobrás?
Edson Pimentel: Porque as empresas que foram denunciadas, que boa parte de seus dirigentes foram presos, são justamente aquelas que estão construindo para a Petrobrás, no Comperj. E, em função disso, surgiu a denúncia de que as licitações no complexo foram fraudulentas e as empresas acabaram parando a produção, ou não tendo dinheiro para pagar seus trabalhadores. Assim, as empresas começaram a demitir sem poder pagar e os trabalhadores estão parando a obra para reaver seus direitos, que estão sendo negados neste momento.

P: Quer dizer que há uma relação direta entre corrupção e demissões?
EP: Sim. Há uma relação direta. Isso porque as empresas
envolvidas na corrupção estão tendo suas obras paralisadas no Comperj, ou porque precisam ser refeitos os contratos ou trocar as empreiteiras. Precisam se refazer, trocar os nomes, limpar e, assim, dar uma aparência de legalidade. E quem paga o pato são os trabalhadores, que estão ficando sem receber seus direitos e tendo que se mobilizar para tentar garantir na justiça as suas quitações.

P: Qual é a melhor solução para garantir os empregos na obra?
EP: Nós achamos que para garantir os empregos e os direitos dos trabalhadores, seria importante que a Petrobrás parasse de fazer essas licitações - que estão sendo denunciadas como fraudulentas - e construísse uma empresa da Petrobrás, uma empresa de construção, e contratasse diretamente os trabalhadores. Uma empresa estatal de obras públicas seria a melhor solução.

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