quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Chega de transporte caro e ruim em São Gonçalo! Por uma Empresa Pública de Transporte em São Gonçalo!

(Herlon Siqueira, professor de Geografia da rede estadual e diretor do SEPE-SG,
e Gabriel Tolstoy, da Juventude do PSTU e do Movimento São Gonçalo na Luta)
 

        Com uma população de mais de mais de um milhão de habitantes segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica), São Gonçalo carece de vários serviços públicos como saúde, educação, cultura e transporte. A população de São Gonçalo em sua maioria trabalha nos municípios de Niterói e Rio de Janeiro, convivendo todos os dias com a precariedade do transporte que não e público e sim uma concessão do poder público: estadual, administrado por Sérgio Cabral, governador, e municipal, administrado pelo prefeito Neilton Mulim.

       Embalados pelas mobilizações de Junho de 2013, a cidade de São Gonçalo assistiu manifestações nunca vistas em sua história com a participação de dez mil pessoas na primeira manifestação contra o aumento da passagem e a segunda com a participação de cinco mil pessoas. Com a participação da população e dos movimentos sociais o prefeito Neilton Mulim foi obrigado a baixar o valor da passagem e com isso o aumento foi barrado pela luta popular.

    Mas a luta não pode parar, pois neste ano de 2014 o prefeito Neilton Mulim, junto com o governo do Estado na figura do governador Sérgio Cabral, aumentaram os valores das passagens municipais (ônibus que circulam só dentro do município) e as intermunicipais (ônibus que circulam entre SG e outros municípios). Temos então uma política a favor do lucro das empresas que prestam o serviço e não do atendimento às necessidades da população.

    Neilton Mulim é um prefeito que não governa para a população. Assim como Sérgio Cabral, que recentemente deu isenção fiscal em torno de 50% do IPVA para as empresas de ônibus sem contar com as outras isenções fiscais que tanto o governo do Estado a e a prefeitura de São Gonçalo fazem para os empresários de ônibus de nossa cidade.

    É urgente a criação de uma Empresa Municipal de Transporte sob o controle dos trabalhadores, que organize as linhas de transporte para dentro de São Gonçalo e para outros municípios da Região Metropolitana. A Empresa Pública Municipal de Transporte deve abarcar, além dos ônibus, as vans e os serviços de moto-táxi em nosso município, e com isso o transporte público em São Gonçalo passa a funcionar de forma ordeira e atendendo todos os bairros 24 horas por dia. Outras medidas necessárias são:  acabar com a superexploração do trabalhador que representa a dupla função nos ônibus, com o motorista fazendo também o papel de cobrador; o fim dos micro-ônibus; a gratuidade para estudantes, idosos, deficientes fisícos e desempregados; e a melhora da qualidade dos ônibus, com a climatização deles para que os trabalhadores aguentem.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Embratel demite Carlos Augusto, ativista sindical e representante dos empregados. Chega de repressão aos que lutam!

Embratel demite Carlos Augusto, ativista sindical e representante dos empregados

Atitude da empresa foi claramente retaliação política

Numa clara atitude de agressão ao direito democrático de expressão e participação sindical, a Embratel demitiu, na última sexta-feira, 10, o engenheiro Carlos Augusto Machado, empregado da empresa há quase 39 anos, ex-dirigente do sindicato da categoria no Rio de Janeiro e representante dos empregados no Conselho Deliberativo do fundo de pensão Telos. O motivo alegado foi uma suposta reestruturação em curso na empresa, que se prepara para a fusão com a Claro, do mesmo grupo econômico da Embratel.
 
Mas tal reestruturação atingiu, até agora, apenas Carlos Augusto, com histórico profissional respeitado na empresa, poucos meses depois de ter se encerrado seu período de estabilidade sindical. A demissão ocorreu logo após ele ter participado ativamente da última campanha salarial da categoria em dezembro de 2013, posicionando-se contra a proposta da empresa, e de ter contestado na Telos, em janeiro de 2014, o fechamento do Plano de Previdência privada existente desde 1998 e a criação de um novo plano com perdas de vários benefícios para os empregados. Não foram apenas coincidências. Estes foram os verdadeiros motivos da demissão.
 
A Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) foi privatizada em 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e é hoje uma empresa do Grupo América Móvil, controlado pelo milionário mexicano Carlos Slim, considerado o segundo homem mais rico do mundo pelo último levantamento da revista Forbes. O grupo controla, também no Brasil, a Claro, operadora de celular, e a NET TV a cabo. Do grupo Embrapar, integrado pela Embratel, fazem parte ainda a Claro TV (TV por assinatura), a Star One (satélites), a Primesys e a BrasilCenter (Call center). O atual presidente da Embratel é o mexicano José Formoso Martinez.
 
Lutar não é crime
Num país governado há anos por um presidente vindo do movimento sindical e por uma presidente que participou da luta contra a ditadura, é de se questionar onde ficam os direitos de expressão e manifestação dos trabalhadores. Depois de tantas lutas pelos direitos democráticos, participar de uma assembleia, defender os direitos dos trabalhadores, manifestar-se contra injustiças e más condições de trabalho ainda é considerado como crime ou faltas graves pelas empresas.
 
Em atitudes como esta da Embratel, fica evidente que a realidade dentro das empresas é muito diferente do discurso de “valorização dos empregados” que elas tentam propagandear. Nestas horas, se revela que o debate democrático, o direito de expressão e participação sindical dos empregados não é sequer tolerado. Não chegamos ainda a um patamar civilizado de relações de trabalho. Vigora nas empresas um autoritarismo que age para intensificar cada vez mais a exploração, retirar direitos dos empregados e multiplicar os resultados para os acionistas.
 
Hoje, a realidade do país está mudando. As manifestações de junho de 2013 estão aí para provar. Cada vez mais as pessoas querem ter respeitado seus direitos a uma vida melhor. E para isso é necessário que os direitos de expressão também sejam respeitados e não reprimidos e criminalizados. Uma atitude como esta da Embratel é um claro desrespeito ao direito de manifestação e organização sindical. Por isso, precisa ser combatido e denunciado.
 
O Sinttel-Rio, sindicato dos trabalhadores em telecomunicações no Rio, e outras organizações sindicais e políticas vão cobrar da empresa, nos próximos dias, a reversão da demissão. Chamamos a todos a denunciar esta atitude da Embratel e a se somar a esta luta.
 
Provisoriamente, e-mails sobre o assunto poderão ser encaminhados ao Sinttel-Rio (sinttelrio@sinttelrio.org.br), para redirecionamento à Embratel.
 
 
CARLOS AUGUSTO MOREIRA MACHADO, engenheiro pela Universidade Federal Fluminense (UFF), ingressou na Embratel em março de 1975. Foi dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do RJ (Sinttel-Rio) no período no 1990-1992 e 2002-2012, Presidente da Associação dos Empregados da Embratel (AEBT-RJ) entre 1996-2002, e da Comissão Nacional de Negociação dos Empregados da Embratel entre 1996-2012. Também é representante eleito pelos empregados da Embratel na Telos, fundo de pensão da empresa, desde 2001 até hoje, seja como efetivo ou suplente no Conselho Deliberativo. Participou do Partido dos Trabalhadores (PT) desde sua fundação até 1992, onde integrava a corrente Convergência Socialista. Em 1994 ingressou no Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), do qual participa atualmente. Tem 60 anos.

ATO em solidariedade ao companheiro Cacá: https://www.facebook.com/events/286376334844300

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Somos todos Nívia de Araújo! Chega de violência contra à mulher em São Gonçalo!

(Rosa Russo, da Secretaria de Mulheres do PSTU de São Gonçalo e Itaboraí;
Roni Yuri, do PSTU-SGI)

O funcionário terceirizado da Petrobras Leonardo Carvalho de Oliveira, de 25 anos, se entregou na noite deste sábado, por volta de 21h10, dia 4/1, na 73ª DP (Neves), em São Gonçalo. Ele estava sendo procurado pela polícia por suspeita de jogar a ex-namorada, a estudante de direito Nívia Araújo, 24 anos, do terraço da casa dela, no Rocha.

O caso ganhou repercussão na mídia e chocou não só os moradores de São Gonçalo, mas todo o país. Mais uma vez, uma mulher é brutalmente agredida até a morte no Brasil. Depois de passar o Réveillon com um grupo de amigas, Nívia fora surpreendida em sua própria casa pelo ex-namorado, que não aceitava o fim do relacionamento. Leonardo arrombou a porta e, depois de quebrar todo o quarto da jovem, a jogou do terraço.

A jovem, que sofreu traumatismo craniano, fraturas nos braços, perna e coluna e perfuração do pulmão, foi socorrida pelos bombeiros e levada para o Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, mas a gravidade das lesões impediu qualquer chance de sua vida ser salva. Na tarde de sexta-feira, Nívia teve morte cerebral decretada pelos médicos.

Leonardo, que já carrega denúncias anteriores por agressão e ameaças a outras mulheres, agora alega, através de seus advogados, que a jovem teria caído sozinha do terraço.

A sociedade não pode mais tolerar este tipo de brutalidade contra a mulher. Elisa, Eloá, Nívia... elas e tantas outras anônimas são assassinadas diariamente no Brasil. Não podemos nos calar! Exigimos a prisão imediata para o agressor. Leonardo não pode responder em liberdade! Pessoas como ele são uma ameaça real às mulheres e à sociedade como um todo.

Mas não pode ser só isso. A Lei Maria da Penha foi uma grande vitória do movimento feminista brasileiro, mas ainda é insuficiente para garantir que casos como este não se repitam. Faltam casas abrigo para mulheres agredidas que dependam financeiramente do agressor e seus filhos; faltam delegacias especializadas e centros de atendimento às vítimas de agressão machista.

Enfim, muita luta ainda precisa ser travada para que não vejamos mais Nívias, Elisas e Eloás morrendo todos os dias em nossa cidade e em nosso país. O PSTU se solidariza com a família de Nívea. A melhor forma de homenagear a estudante é mantendo-se firme na luta contra o machismo, que mata milhares de mulheres todos os anos e ataca toda a classe trabalhadora!


--->Exigimos justiça para Nívia de Araújo! Prisão imediata para Leonardo!
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Chega de violência contra a mulher! Mulher não é propriedade, relacionamento não é algema!
--->Chega de machismo! Salário igual para trabalho igual, direitos iguais para todos!
--->Ampliação e aplicação das verbas da Lei Maria da Penha! Construção de casas-abrigo e Delegacias da Mulher já!
--->Não ao Estatuto do Nascituro! Não à Bolsa-Estupro de Marco Feliciano!