segunda-feira, 29 de setembro de 2014

PSTU São Gonçalo realiza debate sobre a questão palestina

por Rodrigo Barrenechea,
da secretaria de comunicação do PSTU São Gonçalo e Itaboraí

Na quinta passada (25), o PSTU São Gonçalo e Itaboraí realizou o debate "Pode haver paz na Palestina? A luta pela liberdade sob a opressão de Israel", com a participação de cerca de 20 pessoas. Os debatedores - Diogo de Oliveira, geógrafo, professor da rede estadual de educação, diretor do Sepe e militante do PSTU, e Patrícia Santiago, advogada, militante feminista e candidata a deputada estadual - falaram da atual situação da região, após o fim da ofensiva militar israelense, e no contexto da Terceira Intifada palestina.

A situação palestina e seu contexto histórico


Fotos: RB

Diogo iniciou o debate fazendo uma comparação entre a situação das escolas no Brasil - que, apesar de sucateadas, ainda estão sob o controle do Estado - e na Palestina, cuja administração, sob a Autoridade Nacional Palestina, não tem recursos para mantê-las. Nesse caso, cabe à ONU gerir tanto o sistema de educação quanto o de saúde tanto na Cisjordânia quanto em Gaza. Falando sobre os ataques perpetrados por Israel, em resposta a suposto ataques terroristas do Hamas, Diogo afirma que foi "um genocídio, porque atinge todo um povo, toda uma nacionalidade".

As raízes do conflito palestino-israelense remontam ao final do século XIX e início do XX, quando começa a ocupação da Palestina árabe por judeus, inicialmente de forma pacífica e por meio da compra de terras na região. O aumento da importância econômica do petróleo, entre as duas guerras mundiais, altera a situação da região, tornando-a importante estrategicamente. 
Após a II Guerra, a ONU vota uma resolução de partilha da região, dividindo-a em dois Estados: 51% das terras pertenceriam à Palestina, enquanto 48% ficariam com Israel. No entanto, em 1948 o Estado de Israel é proclamado e logo ocupa 57% da Palestina histórica. Após guerras como a dos 6 dias e do Sinai, esse índice chega a 80% da região, levando à fuga dos palestinos para vizinhos como Egito, Jordânia e Líbano. Esses refugiados formariam uma massa de refugiados, que se instalaram em campos extremamente precários.
Mapa mostra a progressiva ocupação da Palestina por Israel
Por outro lado, as ligações entre política e religião em Israel se intensificam, levando à criação de um Estado religioso, segregacionista e militarizado. Ainda segundo o professor Diogo, "vive-se por lá um regime análogo ao Apartheid sul-africano". A questão do conflito militar e a opressão israelense sobre o povo palestino traz uma questão importante para a esquerda mundial, que nos últimos anos tornou-se secundária: o internacionalismo. Para os palestinos, é fundamental que eles saibam que contam com o apoio dos trabalhadores de outros países.
Mas, ainda segundo o geógrafo, a esquerda vive uma intensa polêmica sobre o assunto, sobre a necessidade da destruição política de Israel e a instalação de um Estado único na região. Historicamente, as correntes que lutavam pela liberdade palestina, que se organizavam na Organização pela Libertação da Palestina (OLP), eram a favor de uma Palestina única, laica e democrática e pelo fim da existência de Israel. Contudo, a principal organização a defender tal política, o Fatah - de Yasser Arafat e Mahmoud Abbas -, cedeu em troca da administração de Gaza e Cisjordânia, quando da assinatura dos Acordos de Oslo, em 1993. Mesmo o Hamas - classificado como terrorista por Israel e pelos EUA -, diz que é pelo fim de Israel, mas na verdade abaixa a cabeça para o Fatah em troca do reconhecimento do seu governo em Gaza.
O povo dos territórios ocupados na Palestina, contudo, estão dando sua resposta. A terceira Intifada (em árabe, revolta) agora não apenas volta seus protestos contra o jugo israelense, mas também contra as direções tradicionais palestinas. Estas trocaram o poder que usufruem pelo esquecimento da Nakba (ou tragédia, como os palestinos chamam a fundação de Israel). Elas ainda lutam pela Palestina única, laica e democrática. Por outro lado, diversas correntes da esquerda no mundo também capitularam à existência de Israel, e acabam por concordar com a política dos dois Estados - originalmente proposta pelos EUA, com a concordância da URSS sob Stálin -, sem entender o caráter imperialista e agressivo do Estado de Israel e a necessidade de sua extinção e sua substituição de uma Palestina. A Liga Internacional dos Trabalhadores-Quarta Internacional (LIT-QI) - organização com a qual o PSTU simpatiza - considera que a classe trabalhadora, palestina, árabe e mundial - deve ser protagonista dessas lutas, e que somente uma revolução socialista pode assegurar por completo a realização desses objetivos.

Condição feminina e luta por liberdades na Palestina



A segunda debatedora, Patrícia Santiago, começou por fazer uma comparação entre a situação da mulher no Brasil e na Palestina. Ela salientou a mistificação que se faz sobre o machismo no mundo árabe, dizendo que "aqui o machismo também existe e mata tanto, se não mais, aqui do que lá". Para ela, é claro que existem diferenças culturais entre os dois povos, mas se aqui existe uma maior liberdade para as mulheres, por outra parte, a sociedade palestina tem uma maior preocupação pela proteção às mulheres, com as famílias sempre cuidando de viúvas e filhas.

Uma preocupação apontada sobre a questão da mulher é a opressão israelense, que relacionava maternidade e terrorismo, incentivando estupros e feminicídio como forma de controle político da luta palestina. Neste sentido, diversas manifestações de judeus ao redor do mundo, especialmente de mulheres judias, se levantaram contra essa abominação que é relacionar estupros, assassinato de mulheres e contenção de uma suposta "ameaça terrorista" palestina. Houve até mesmo ameaças e estupros contra essas mulheres que protestavam, por parte de grupos fundamentalistas israelenses.
O que se conclui aqui é que o estupro - condenado como crime de guerra pela legislação internacional - passou a ser uma arma, como uma forma de intimidação contra a luta pela liberdade palestina, através da desmoralização de um povo usando as mulheres como vítimas.
Outro aspecto da ocupação é a alteração no estilo de vida das mulheres nos territórios ocupados. "Primeiro, porque elas começaram a viver sob um estado de sítio, sob extrema repressão. Segundo, porque muitas delas ficaram viúvas e tiveram que ingressar no mercado de trabalho", afirma Patrícia. Porém, apenas 12% delas tem emprego formal, com a maioria das mulheres estando nas ocupações mais precarizadas. Ainda: 75% delas ganham menos que homens que realizam o mesmo trabalho. 

Outro dado levantado por Patrícia é que 40 a 50% das mulheres palestinas desenvolveu algum tipo de transtorno psicológico, devido ao medo dos ataques e à morte de familiares. Isso é importante pelo fato de que, apesar das diferenças culturais, esse dado é resultado da opressão israelense, o que torna a necessidade da extinção de Israel ainda mais importante.

Após a atividade, houve uma confraternização, com os presentes comentando as discussões da atividade e degustando um feijão amigo, preparado pelos militantes do partido.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Seminário de Programa reúne ativistas e discute soluções para a região


por Rodrigo Barrenechea, da Secretaria de Comunicação do
PSTU São Gonçalo e Itaboraí

  Foi realizado neste sábado, 12, o Seminário de Programa do PSTU São Gonçalo e Itaboraí, em sua sede, no bairro do Alcântara. A reunião teve o objetivo de discutir tanto a realidade de nossa região quanto criar propostas que possam ser levadas por nossos candidatos, tanto ao governo do estado quanto aos parlamentos - Assembleia Legislativa e Congresso Nacional. Estiveram presentes na atividade pouco mais de 20 pessoas, discutindo de gastos dos governos a soluções para a questão urbana, entre outros assuntos. Também estiveram
Os candidatos a governadora, DAYSE OLIVEIRA 16, e a deputado
estadual, EDSON PIMENTEL 16123, participam do seminário
Fotos: RB
presentes as candidatas ao governo Dayse Oliveira e Marília Macedo 16, e o candidato a deputado estadual Edson Pimentel, 16123.
  O Seminário começou discutindo o orçamento estadual. Os gastos do governo, segundo os estudos apresentados, mostram duas características: cerca de 25% é destinado ao pagamento de dívidas (especialmente a bancos), e os gastos somados da Segurança Pública e do Judiciário somam por volta 14%, mais do que os 12% gastos em Educação ou o 7% gastos em Saúde. Isso demonstra que o governo do PMDB tem mais compromisso com os grandes grupos financeiros e com tornar o Estado um aparato policial, do que em garantir a formação e a vida de seus habitantes. Além disso, chama a atenção as despesas em Cultura, Ciência e Tecnologia, e Esporte e Lazer, cuja soma não chega a 2% do orçamento, ou menos de R$ 1 bi aplicados por ano, num total de R$ 71 bi. Leve-se, ainda, em conta, que os gastos mostrados em geral não correspondem à realidade, tendo os governos liberdade em redistribuir verbas, normalmente desviadas às dívidas, à Segurança Pública ou a programas eleitoreiros.
  No assunto Segurança Pública, foi relatado que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo, cuja taxa de homicídios chega cerca 25 mortos por cada 100 mil habitantes. Isso é quatro vezes maior que a média mundial e semelhante a países em situação de guerra. No estado do Rio, isso não é muito diferente. Macaé é apontada como um dos municípios mais violentos do país. Em nossa região, são inúmeros os casos de violência, mas o abuso de autoridade por parte das polícias é relevante. Execuções, prisões arbitrárias, incursões em comunidades sem o devido cuidado e muitas vezes sem mandado agravam o problema já existente da criminalidade. Esta, por sua vez, não se resume ao tráfico de drogas, já que é forte a presença de milícias por aqui.
  A principal política do governo para a questão é a ocupação militar de comunidades, especialmente através da instalação de UPP's. Por enquanto, estas ainda só existem no Rio, mas já se planeja criá-las na Baixada Fluminense e no Morro da Coruja, aqui em São Gonçalo. Nós pensamos que aumentar simplesmente a presença da PM, isto é, ocupar favelas, não é a melhor solução. Essa política de confronto gera mais vítimas que resultados e não resolve os problemas do tráfico e da criminalidade. Por isso, pensamos que, para combater o tráfico, torna-se necessária a legalização da produção e comércio de drogas, sob estrito controle do Estado. Por outro lado, é fundamental que os grandes financiadores do tráfico, os "barões da droga", sejam presos e seus bens, confiscados e revertidos para tratamento de dependentes.
  Mas essa polícia não serve. Ela precisa ser, em primeiro lugar, investigativa para ser eficiente. Para tanto, deve ser desmilitarizada. Além disso, deve estar sob controle da população e de seus próprios trabalhadores. Assim, deve ser permitida a sindicalização dos policiais, e delegados e juízes de 1ª instância devem ser eleitos pelo povo, com mandatos revogáveis a qualquer momento.

Educação, saúde e moradia: necessidades fundamentais


  No quesito Educação, duas questões foram ressaltadas. A falta de condições de trabalho dos educadores é ponto central dessa discussão. Por mais que os governos aleguem ter investido muito no setor, os gastos estão muito longe do necessário, e ainda faltam escolas, vagas, bibliotecas etc. Para valorizar os profissionais de educação, deve-se garantir o piso de 5 salários mínimos para professor de 16 horas e 3,5 salários para funcionários de 30 horas. Também é necessário assegurar que cada educador trabalhe em uma única escola
Professores, servidores públicos, operários, entre outras
categorias, estiveram presentes, levando suas contribuições
por matrícula, assim como limitar o número de alunos por sala, que é ainda exagerado. Além disso, precisamos romper com todos os contratos com fundações e organizações sociais, pois isso é uma forma dissimulada de se privatizar a educação pública. 
  Para colocar mais alunos na escola pública, é preciso gastar mais com escola e menos com pagamento de dívida com os bancos. Propomos que 10% do Produto Interno Bruto, da União, estados e municípios, sejam investidos. E não há como esperar 10 anos, como pensa o governo federal, por meio do Plano Nacional de Educação (PNE). Isso precisa ser feito o mais rápido possível.
  Na Saúde, a atual crise do Sistema Único de Saúde (SUS) passa pela privatização da gestão do sistema e pela precarização nas relações de trabalho entre os governos e os profissionais de saúde. Cada vez mais, a gestão de hospitais, clínicas e postos de saúde vem sendo entregue a entidades privadas, como as Organizações Sociais (OS's) e fundações privadas. No caso dos hospitais universitários, o governo faz isso por meio da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), ameaçando a autonomia das universidades e abrindo caminho para lucros, especialmente dos planos de saúde. Uma consequência disso é que os trabalhadores do setor vem sendo cada vez menos contratados por concurso. Isso diminui salários, aumenta a carga de trabalho e piora as condições para o desempenho profissional.
  Como propostas, pensamos em mais investimentos no setor, com ênfase na saúde básica e preventiva, aumento dos recursos no SUS - com 10% do PIB. Para evitar o excesso de medidas judiciais como garantia de atendimento, só com um maior gasto em saúde pública. Torna-se necessária uma melhoria imediata nas condições de trabalho, garantindo-se o concurso público como via de acesso e o regime estatutário como norma, associado a uma valorização dos planos de cargos e salários das categorias. Também é importante integrar as ações de saúde com o investimento em saneamento e educação. A saúde da mulher, assim como dos LGBT, deve ser ponto importante nos investimentos.
  A questão urbana foi dividida em 3 partes: moradia, saneamento e meio-ambiente. Porém, precede uma discussão importante. Nos últimos 20 anos, ao mesmo tempo que o estado do Rio vem passando por um importante crescimento econômico, especialmente na área do Petróleo e na prestação de serviços, o Estado vem passando por um desmonte, com importantes agências de desenvolvimento regional sendo fechadas ou privatizadas.
  A construção de moradias passou a ser quase exclusividade do governo federal, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida, que não atende à população mais pobre. O saneamento, assim como a distribuição de água, passou por processos de privatização direta, como no caso da Prolagos ou da Águas de Niterói, ou na gestão, como na Cedae. Já na questão ambiental, o papel regulador do estado diminuiu muito, com a extinção da Superintendência de Rios e Lagoas (SERLA), do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Fundação Estadual de Engenharia do Meio-Ambiente (Feema). Essas repartições foram reunidas no Instituto Estadual do Ambiente (Inea), cuja ação é muito mais limitada e mais comprometida com os interesses dos mais ricos. Cada vez mais o Estado se compromete com a vontade dos grandes grupos econômicos e, ao não respeitar o interesse dos trabalhadores, compromete não apenas sua qualidade de vida, mas destrói a terra em que vivemos.

As opressões e a liberdade de pensamento e expressão


  As opressões que a classe trabalhadora sofre, machismo, racismo, homofobia/lesbofobia/transfobia, não apenas tem um efeito direto sobre a vida das pessoas,
A candidata a vice-governadora pelo PSTU, Marília
Macedo, fala da questão das opressões a gays, lésbicas,
bissexuais e transgêneros.
uma marca de violência e preconceito, mas tem um importante papel econômico. As opressões tanto justificam uma maior exploração de mulheres, negros e gays quanto dividem nossa classe. Elas enfraquecem nossa luta. Se é verdade que o preconceito, na história, precede o capitalismo, também é fato que este se utiliza da opressão como forma de explorar ainda mais os trabalhadores.

  Isso tem dois efeitos. Um é a mercantilização das lutas anti-opressão, como as Paradas Gays - convertidas em Carnavais fora-de-época -, que partem de uma visão ao nosso ver equivocada. Muitos pensam que deve-se separar a luta contra o machismo, por exemplo, da luta contra a exploração. Mais ainda, que podemos juntar todos na luta contra as opressões, ricos e pobres. Isso é errado porque tira de foco a função econômica das opressões, de intensificar a exploração. Na verdade, só é possível extinguir as opressões se derrotarmos o capitalismo.
  O outro efeito é a perpetuação da violência em nossa sociedade, tornando-a justificável. A mesma lógica que impede a defesa das mulheres da violência doméstica justifica a homofobia, a agressão a gays. Dito de outra forma, se um casal heterossexual briga em público, ninguém se mete, mas se o casal é gay, aí um escândalo se justifica. Essa "lógica" tortuosa justifica a violência contra mulheres, negros e gays. Por sua vez, os governos, apesar de muito prometerem, pouco fizeram. De 6 mil creches prometidas pelo governo federal, apenas 39 saíram do papel, e apenas R$0,26 são investidos por mulher na luta contra a violência. A Lei Maria da Penha ainda precisa de muito para sair do papel.
  A igualdade de salários para funções semelhantes é o primeiro ponto. Combater o trabalho precário - onde a maioria de empregados é de mulheres, negros e gays - e a violência contra as comunidades pobre tem fundamental importância. Além disso, precisamos avançar na política de cotas, como em concursos públicos, e garantir condições para o trabalho, como creches, restaurantes e lavanderias públicas, entre outras medidas. Mas uma medida é mais urgente: a completa desmilitarização da polícia, responsável por morte, violência e arbitrariedades.
  Assim como em várias áreas da sociedade, o assunto “meios de comunicação” está permeado pelo caráter capitalista e desigual de nossa sociedade, onde os mais ricos detêm não apenas os meios de produção de informação, mas estes são extremamente monopolizados. No país, poucos e grandes grupos econômicos controlam os grandes jornais, TV’s e rádios; na região que vai de Niterói a Itaboraí, o mesmo ocorre, e a relação de íntima colaboração entre os grandes partidos e a imprensa – visível no plano nacional – se repete aqui, com políticos controlando jornais e rádios.
  Dessa forma, tanto a classe trabalhadora quanto seus representantes – sindicatos, partidos e movimentos sociais – têm imensa dificuldade em conseguir expressar suas opiniões, seja pelo boicote dos principais veículos, seja pela falta de recursos em montar seus próprios meios de comunicação. Mas ainda existe um aspecto importante nesta discussão: a suposta liberdade de imprensa, comunicação e expressão. Formalmente, nos marcos desta democracia dos ricos, existe tal liberdade, e os grandes meios de imprensa alega defendê-la. Contudo, ela é somente para os mais ricos, e claramente defende as posições dos poderosos, especialmente quando se trata de desqualificar e criminalizar a palavra dos pobres, da classe trabalhadora e dos movimentos. Se devemos defender a máxima liberdade de expressão, esta deve ser real, e, portanto, ultrapassar os limites impostos pelos grandes capitalistas.
Para isso, o PSTU tem algumas propostas sobre o assunto:
Defesa da liberdade de expressão e pensamento: isso se aplica especialmente aos profissionais de imprensa, perseguidos pelas suas chefias ao tentar furar o bloqueio editorial imposto pelos mais ricos. Precisamos proteger jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas, tanto do assédio moral, quanto da criminalização, por parte do Estado;
Laicização da mídia: em especial na nossa região, diversos órgãos de imprensa, especialmente rádios comunitárias, são controladas por diversas religiões e Igrejas. Nesse sentido, propomos que existam mecanismos de controle social local da programação e produção de conteúdo, para que os veículos possam cumprir seu papel de discussão e não acabem servindo aos interesses de uns poucos, que acabam se utilizando dos representantes das Igrejas como “testas-de-ferro”;
Proibição da propriedade cruzada: um dos principais problemas da atualidade é a extrema concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucos. Uma forma de minimizar isso e tentar romper o bloqueio de mercado imposto pelo grande capital é proibir que um mesmo grupo econômico tenha mais de um meio de comunicação;
Instalação de meios públicos de comunicação: a ideia de se ter uma mídia pública não é nova. Para isso, propomos duas iniciativas: garantia, por parte dos diferentes níveis de governo, da instalação do Canal da Cidadania; e implementar equipamentos públicos para a produção de conteúdo, como gráficas e estúdios de TV e rádio, públicos e acessíveis aos movimentos sociais.
Financiamento: para que isso ocorra, propomos que haja o investimento obrigatório de 1% do PIB de cada esfera de governo, com a criação de um “sistema público de comunicação”, colaborativo (nos moldes do SUS) e sob controle social pela classe trabalhadora, pelos profissionais de imprensa e pelos movimentos sociais e populares. Limitação das verbas institucionais de comunicação;
Aumento do controle sobre o conteúdo da mídia: existem problemas na auto-regulamentação do que passa nas TV’s e rádios. Torna-se necessário um maior controle, que não pode passar pelos grandes grupos econômicos, representados pelos anunciantes e pelo CONAR.
Aplicação da política de cotas aos conteúdos produzidos pelos meios de comunicação: o conteúdo de TV e rádio é ainda muito racista, machista e homofóbico. Propomos cotas na produção de conteúdos e na cobertura jornalística.

  Por fim, foram aprovadas duas moções: uma contra o massacre palestino por parte do Estado de Israel, que já matou quase 200 pessoas, e outra contra a criminalização dos protestos. Mais de 60 mandados de prisão e apreensão foram expedidos, com 19 detenções de adultos e duas apreensões de adolescentes. As duas arbitrariedades se dão com a concordância do governo Dilma. Por isso, o Seminário de Programa do PSTU São Gonçalo e Itaboraí resolveu:
 1. Fim imediato dos bombardeios contra Gaza e a Cisjordânia. Que o governo rompa relações diplomáticas com Israel e desfaça todos os convênios com empresas israelenses!
  2. Lutar não é crime! Extinção de todos os processos contra os ativistas, assim como arquivamentos de todos os inquéritos. Investigação profunda dos abusos policiais em manifestações!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Dayse Oliveira (PSTU) inicia campanha em bairros operários do Rio

A candidata ao governo do estado estava acompanhada do candidato a presidente da república Zé Maria
Da redação,
Este domingo (6) foi o primeiro dia para os candidatos na eleição 2014 apresentarem oficialmente as candidaturas. O PSTU escolheu localidades com grande concentração de trabalhadores para iniciar a disputa eleitoral. No Rio de Janeiro, além da candidata a governadora Dayse Oliveira e da vice Marília Macedo; do candidato a senador Heitor Fernandes e de Cyro Garcia, candidato a deputado federal; as atividades contaram com a presença do candidato a presidente da República, Zé Maria. 
Candidatos fazem caminhada 
pela feira de Alcântara-SG
A campanha iniciou cedo, às 9h, na Feira de Alcântara, na cidade de São Gonçalo, residência de Dayse e de grande parte dos operários do Comperj, um dos maiores pólos petroquímicos do país, onde foram protagonizadas greves e mobilizações operárias. 
Nós escolhemos estar ao lado dos operários desde o início de nossa campanha. Nosso partido está a serviço da luta dos trabalhadores, que constroem as riquezas do país, mas não vêem mudança em suas vidas”, afirmou Zé Maria. O candidato apoiou desde o início as mobilizações do Comperj, assim como fez com a luta dos operários das obras da Copa, da construção civil, dos garis, metroviários, educadores e demais categorias. 
À tarde, os candidatos do PSTU fizeram uma caminhada pelo bairro da Maré, ao lado de militantes e apoiadores do partido. “Conversamos com a população e percebemos a insatisfação com os governantes. A opressão sofrida pela população negra, moradora das favelas ficou escancarada pelos casos de Amarildo, Claudia e Douglas. As UPPs e a política de segurança dos governos federal e estadual não mudaram, mas aprofundaram essa realidade. Estamos ao lado dos moradores das comunidades, contra a criminalização da pobreza”, esclareceu Dayse Oliveira. 
Além dos postulantes às vagas majoritárias, os candidatos a deputados estaduais do Rio de Janeiro também marcaram presença na atividade. Todos trabalhadores. Entre eles, petroleiros, trabalhadores dos Correios, profissionais da educação e operários. 
Nesta segunda-feira (7), o PSTU fará sua segunda atividade de campanha, mais uma vez ao lado dos trabalhadores. Farão uma panfletagem às 6h, nos estaleiros navais do bairro do Caju. 
Veja as imagens:
Veja vídeo da atividade

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Comperj para novamente contra demissão de 2.500 operários e falta de pagamento de direitos



CSP-Conlutas

Os operários do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) pararam o canteiro de obra nesta terça-feira (6) novamente. Os trabalhadores são contra a demissão de mais de 2.500 funcionários dos Consórcios Jaragua e JeTAN, com agravante de não pagamento de direitos trabalhistas desses operários.   De acordo com uma das lideranças do Acorda Peão (movimento que surgiu da base e é independente do sindicato) cujo nome será preservado, a greve de hoje foi definida pelos trabalhadores e sem o apoio do Sinticom de Itaboraí e região.

“Os trabalhadores pediram o nosso apoio. A gente procurou o sindicato que nada fez até o momento”, relata.   O operário denuncia que há pelo menos dois anos as empreiteiras atuam de maneira arbitrária no canteiro do Comperj, com demissões em massa e o não cumprimento de direitos trabalhistas.   Após a greve, o sindicato procurou os trabalhadores para realização de uma reunião hoje à tarde com os funcionários da Jaragua e JeTAN.   Caso não haja avanço nas negociações, “amanhã vamos parar novamente até que os direitos dos trabalhadores sejam pagos”, alerta o operário.

Greves radicalizadas

No início do ano, os trabalhadores realizaram greves marcadas pela revolta contra a onda de ataques aos seus direitos.  Em uma dessas paralisações, dois trabalhadores foram baleados, em outra, o ‘caveirão’ foi acionado para reprimir os operários. “A revolta dos trabalhadores é de quem está no sol de mais de 50 graus, em condições insalubres. A gente vai continuar lutando. Enquanto os funcionários do Comperj estiverem sofrendo injustiças, nós vamos continuar parando os canteiros”, frisa o operário.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Dayse: "Educação não rima com ditadura" - 28/04/2014

Dayse Oliveira, presidente do PSTU São Gonçalo, fala da greve da rede municipal de educação e da violência contra a população pobre, negra e explorada.


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Dayse Oliveira: Somos todas Arielle! Chega de racismo na TV!

---Dayse Oliveira, professora, da Secretaria de Negros e Negras do PSTU de São Gonçalo e Itaboraí


Um comentário de Fausto Silva no último domingo (20) provocou revolta entre ativistas da luta contra o racismo. Em seu programa, Faustão disse que Arielle Macedo, uma das dançarinas de Anitta, tem cabelo de "vassoura de bruxa". Arielle, que é de São Gonçalo, apareceu em um vídeo exibido originalmente no ano passado, em que aparecia com cabelo black power vermelho. Ao final do videotape, o apresentador fez o comentou: "Olha lá, a Arielle com cabelo de vassoura de bruxa".

Não é novidade que haja todo tipo de preconceito no programa do Faustão. Quando o jogador Emerson Sheik tirou uma foto beijando um amigo, por exemplo, várias dançarinas do programa repudiaram de forma homofóbica o fato no programa, e o próprio Faustão falou que "homem com homem dá lobisomem". Já perdi a conta da quantidade de vezes que Faustão usou termos como "boiola", "viado", "vadia", "galinha", e outros. Mas é a primeira vez em algum tempo que há racismo tão explícito no programa.



Meu cabelo é bom, ruim é o seu racismo!


Arielle é uma bailarina negra que se nega a obedecer os padrões brancos de beleza. O cabelo crespo é parte importante da identidade das mulheres negras, uma forma de nos reconhecermos enquanto negras, uma forma de gritarmos "sou negra!". Ouvimos piadas como a de Faustão todos os dias quando usamos nossos cabelos em sua forma natural, exatamente pela importância que tem para a afirmação da negritude. Mas a pianista de jazz japonesa Hirome usa um cabelo parecido e nunca vi nenhum comentário do tipo no Youtube ou Facebook. Porque será?

A burguesia está mais uma vez escolhendo negros para serem os perdedores na crise do capitalismo. Para isso usa os meios de comunicação com o intuito de divulgar as mentiras racistas, mostrando o branco como “o correto, bonito, universal e superior ” e o negro como o “errado, feio, o inferior merecedor de ser o perdedor, o selvagem”. O racismo justifica o extermínio da juventude negra, como aconteceu com DG no Pavão-Pavãozinho, com Amarildo na Rocinha e com Anderson no Caramujo. Justifica o tratamento desumano nas escolas públicas sucateadas, nos hospitais sucateados, na fila do desemprego. Justifica os baixos salários e piores condições de trabalho, que levam a mortes em acidentes, como sempre acontece no Comperj. Justifica a falta de moradia, como mostra a violência contra os moradores da ex-TELERJ e os catadores de Itaoca, majoritariamente negros.

O racismo deve ser discutido e combatido todos os dias. Ele está presente em tudo, em todos os livros, todos os programas de TV, todos os empregos. O sistema capitalista sempre lucrou com a opressão de negros e negras, indígenas... Não sejamos ingênuos, a declaração de Faustão não é um raio em céu azul. É preciso repudiar esse fato, exigir retratação, e afirmar que a único caminho para o fim do racismo é a união de negros e brancos, homens e mulheres, para construir uma sociedade socialista.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Debate "Os 50 anos do golpe civil-militar e a repressão ao movimento operário" - parte 2

Confira a 2ª parte do debate organizado pelo PSTU São Gonçalo e pelo Conselho de CA's da FFP-UERJ, realizado no dia 10/04/2014.
Contou com a presença dos debatedores Josemar Carvalho, presidente do PSOL-SG, Aderson Bussinger, advogado, representando o PSTU, e José Luiz Muniz, representando a Comissão Municipal da Verdade de São Gonçalo.

Debate "Os 50 anos do golpe civil-militar e a repressão ao movimento operário" - parte 1

Confira a 1ª parte do debate organizado pelo PSTU São Gonçalo e pelo Conselho de CA's da FFP-UERJ, realizado no dia 10/04/2014.
Contou com a presença dos debatedores Josemar Carvalho, presidente do PSOL-SG, Aderson Bussinger, advogado, representando o PSTU, e José Luiz Muniz, representando a Comissão Municipal da Verdade de São Gonçalo.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A coragem é contagiosa (parte 1)

O levante da classe trabalhadora que está se espalhando por todo o Brasil chegou em São Gonçalo. Depois da heróica greve do COMPERJ, que durou quase 50 dias, é a vez dos trabalhadores da rede municipal de educação e dos agentes comunitários de saúde (ACS) da cidade, que estão protagonizando greves fortíssimas, com atos de rua cheios e grande índices de paralisação nas base. O Sindicato Estadual de Profissionais da Educação, SEPE, estima em 90% o número de trabalhadores parados.

Ambas as greves se enfrentam com a prefeitura de Neilton Mulim, que chega a ao meio de seu segundo ano de mandato mostrando total descaso com os servidores públicos. "Os professores tem o menor salário de todo o estado do Rio de Janeiro, cerca de R$750, e estão sem receber suas "dobras" (horas extras) desde o início do ano", diz Dayse Oliveira, diretora do SEPE e militante do PSTU. Os ACSs recebem valor parecido, não tem estabilidade garantida e são assediados moralmente o tempo todo pelos vereadores, para os quais o prefeito "loteou" os postos de saúde, como tem sido denunciado pelo Movimento de Trabalhadores da Saúde em Luta (MTSL-SG), apoiado pela CSP-Conlutas.

O PSTU apóia incondicionalmente a luta dos trabalhadores da educação municipal e agentes comunitários da saúde de São Gonçalo e exige que a prefeitura de Neilton Mulim atenda às reivindicações das categorias!

--->Neilton, cumpra suas promessas! Salários decentes já para os servidores!
--->Nenhuma punição aos grevistas! Chega de assédio moral!
--->Pela mudança de regime para os ACS! Servidor público tem que ser estatutário!
--->Pagamento imediato das dobras dos professores e do FGTS dos ACS!

São Gonçalo precisa ser para @s trabalhadorxs!

quinta-feira, 27 de março de 2014

Rebelião toma conta do COMPERJ (20/03/14)

Rebelião toma conta do COMPERJ na tarde de hoje


Um motim tomou conta das obras do COMPERJ na tarde de hoje. Depois de 40 dias de greve, um acordo foi fechado, no início desta semana, entre a categoria e os patrões, mediado pelo Sindicato da Construção Civil de Itaboraí. No entanto, um dos pontos principais das reivindicações, a exigência de que os dias parados não fossem descontados, foi negado pelas construtoras. O sindicato omitiu a informação para a categoria que, ao descobrir a situação, resolveu novamente cruzar os braços. 


Os protestos começaram a se multiplicar por vários canteiros de obra do complexo, levando cerca de 28 mil trabalhadores a protestarem contra a atitude do sindicato e a negativa dos patrões. Diante da recusa dos operários a trabalhar, a Petrobrás começou a liberar os trabalhadores por volta das 10h, mas em alguns canteiros os operários foram impedidos de deixar o complexo. A revolta aumentou e os trabalhadores ameaçaram ocupar todo o complexo. A Petrobrás reforçou a segurança, trazendo agentes de outras unidades para o local. Há informações também de que havia vários agentes a paisana armados dentro dos canteiros. 

Por volta das 11h, diretores do Sindpetro se dispuseram a entrar nos canteiros e negociar com os trabalhadores para evitar reabrir as negociações. Há dois anos, no CENPES, a interlocução do Sindpetro conseguiu evitar o pior em situação parecida. A Petrobras, no entanto, negou a ajuda dos diretores e afirmou que a situação estava sob controle. 

As atitudes da Petrobras diante da grande greve do COMPERJ, somadas a conduta apresentada pela empresa em face dos últimos acontecimentos, levantam a suspeita de que a Petrobras esteja se utilizando da greve para justificar o atraso nas obras do complexo. A recusa ao diálogo por parte da empresa, inclusive declinando a ajuda do Sindpetro, sindicato que goza do respeito dos trabalhadores do complexo, levaram ao conflito. 

O que está por trás desta crise é o total descrédito do Sindicato da Construção Civil entre os trabalhadores, que sofrem com condições de trabalho cada vez mais precárias. No último período, houve falta de água potável e para higiene nos canteiros do complexo. Além disso, as empresas forneceram comida estragada aos trabalhadores, levando mais de 200 deles ao hospital. Um operário teve a boca cortada com um caco de vidro encontrado entre a comida, e em outro episódio, uma lagartixa morta foi encontrada na comida. Depois da greve, nos dois dias em que houve trabalho, o pessoal de cozinha alertou aos trabalhadores que a comida que estava sendo servida estava fora da validade, pois havia sido adquirida para a alimentação nos dias em que as atividades estavam paralisadas. 

No fim da tarde, havia indícios e informações de que a tropa de choque da polícia militar havia entrado no complexo para acabar com a mobilização dos trabalhadores. O resultado desta operação continua desconhecido. Neste momento não é possível contactar os trabalhadores para obter informações a respeito da invasão da polícia.

terça-feira, 25 de março de 2014

Sindicato dos garis de Niterói trai categoria e aceita acordo rebaixado

Direções municipais do PSTU de Niterói e São Gonçalo


Os garis de Niterói saíram as ruas! E assim como no Rio, tiveram que ignorar a direção do seu sindicato. A greve dos garis do Rio deu grandes lições às categorias em luta e também às burocracias encasteladas no poder há anos ou mesmo décadas. O “experiente” dirigente do Sintancluns rapidamente se localizou , já que a despeito da sua posição e ligação com o governo ia ter luta. 
Garis de Niterói seguem exemplo do Rio
e iniciam greve inédita
Após uma assembléia que ocorreu na sede da empresa, onde reinou a bagunça e nada se ouvia, ele pensou ter passado para a categoria suas instruções. Mas, como no Rio, a categoria estava apenas ignorando a direção do sindicato - recém empossada, numa eleição apurada a portas fechadas e às escuras, literalmente. Saíram de lá, e foram à LUTA!
Quando a direção descobriu o ato, teve que correr atrás dele! E lá adiante, nas barcas, junto à categoria desde antes decidida, puderam então gritar: GREVE!!! Não era mais que uma tentativa de ganhar tempo. 
A categoria tinha em mente duas reivindicações simples: piso salarial do Rio, tíquete-alimentação de R$ 20,00. 
Todos os garis agora querem! E nada é mais justo que isso! 
Ficaram de lado pautas específicas. Reflexo da despolitização em que aposta o sindicato dirigido pelo PT para se manter no poder a nada menos que uma década! A categoria não recebe auxílio creche, por exemplo. E além de não produzir material para a população e para a categoria, de não colar cartazes nos distritos etc., o sindicato não aproveitou a oportunidade da presença maciça de sua base, nos atos ou em qualquer outro momento, de fazer importantes debates sobre temas tão fundamentais à categoria, como o Assédio Sexual e Moral, por exemplo. 
Ao contrário, conduziu o movimento à despolitização. E desde o princípio apostou em semear confusão na cabeça dos trabalhadores. 27% sobre o que eles recebem hoje, míseros R$695,00, perfazem um valor aproximado ao piso estadual (R$874,00). O piso estadual é a reivindicação que o sindicato expressa em suas declarações à imprensa e ao governo. A base categoria esperava escutar dos diretores que estes 27% são sobre o piso do Rio (que eles não recebem!) atingindo R$ 1,109,98 , R$ 9,98 a mais que o salário conquistado na luta travada por cima da burocracia sindical, no Rio. Sendo que eles pediam R$1.200,00.
Depois de seguir os trabalhadores para lá e para cá em seus atos, depois de muitas reuniões com o Governo e a Justiça, o sindicato resolveu trazer para a categoria a informação de que a greve conseguiu com que se pague o piso salarial do estado e que não haverá corte de ponto ou demissões em função dos dias parados. 
Garis do Rio deram o exemplo de luta, passando
por cima da direção de seu sindicato e derrotando
o governo de Eduardo Paes.
Mas neste momento não é possível levar o fim da greve para votação. Para eles, também é preciso correr os distritos e anunciar isto como uma grande vitória antes da assembléia. É preciso também ir a São Gonçalo, onde a categoria já anunciou a GREVE e mostrar aquilo que Niterói conseguiu com seu “vandalismo” e que nem sempre as coisas são como no Rio... Em São Gonçalo, o sindicato já interviu e lá a pauta de reivindicações é rebaixada em relação ao Rio e mesmo a Niterói. O sindicato precisa explicar porque esses trabalhadores devem comer menos e pior que Niterói... Porquê é preciso acatar as decisões judiciais para preservar o sindicato das multas? Ou preservar os nossos empregos?
Os gastos em Niterói e São Gonçalo não são em ginásios ou estádios. Mas, como no Rio e em todo o país, o governo está a serviço dos grandes empresários, dos banqueiros. Em Niterói e São Gonçalo não vai ter Copa mesmo, mas luta vai ter, com certeza.
“Gari, escuta: Sua luta é nossa luta”: Nós, do PSTU, acreditamos que os sindicatos devem estar a serviço dos trabalhadores, não acreditamos na justiça burguesa e chamamos os trabalhadores à organização na base, para assim conduzir de forma mais firme essa mobilização, de forma a alcançar uma vitória real e não esse arremedo de conquista que o Sintacluns afirma ter conseguido.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Após anúncio do fim da greve, operários do COMPERJ iniciam nova paralisação

Após anúncio do fim da greve, operários do COMPERJ iniciam nova paralisação


Os operários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) decidiram pelo fim da greve da categoria, que durou mais de 40 dias, nesta segunda-feira (17). A decisão foi tomada em assembleia realizada com a presença de mais de 28 mil pessoas. Os trabalhadores retomaram o trabalho na manhã desse dia 19.


A decisão ocorreu após o sindicato da categoria, o Sinticom (filiado à CUT), anunciar uma proposta da patronal de reajuste de 9% nos salários, o pagamento de participação nos lucros, e o aumento do vale-alimentação de R$ 360 para R$ 410. Ainda segundo o sindicato, em relação aos dias descontados, a proposta previa que um terço seria compensado, outro terço descontado e o restante a empresa iria abonar.
 Desde o início, a greve se contrapôs à burocracia sindical da CUT e enfrentou a dureza nas negociações por parte da patronal. Carros do sindicato foram virados e houve momentos de intensa radicalização da greve.
Uma nova paralisação
Nesta quarta-feira, 19, contudo, os operários iniciaram uma nova paralisação. A reportagem apurou que praticamente todos os canteiros de obras estão parados e que a greve poderá ser reiniciada.  A movimentação ocorreu depois da divulgação da informação que as principais empresas envolvidas nas obras do Comperj, entre elas a Odebrecht, não teriam feito nenhuma proposta, nem mesmo a apresentada pelo sindicato na assembleia de segunda-feira. Diante dessa situação, os operários da Comperj poderão retomar a greve a qualquer momento.

domingo, 9 de março de 2014

Sobre a tarifa do transporte público em São Gonçalo: e agora?

Após queda da liminar que reduziu o preço do ônibus, o movimento precisa discutir seus rumos

Direção municipal do PSTU São Gonçalo e Itaboraí

A luta contra o aumento das tarifas em São Gonçalo não para de gerar surpresas. No dia 20/02, depois de três manifestações de rua, a Justiça mandou a prefeitura de Neilton Mulim (PR) revogar o aumento, que tinha acabado de elevar a tarifa de R$ 2,60 para R$2,80. Menos de uma semana depois, a própria Justiça derrubou a liminar. E no meio dessa confusão estão os trabalhadores e a juventude da cidade, que sofrem todos os dias com o descaso do governo, a péssima qualidade do transporte e as passagens caras.

Quem derrubou a tarifa?

A grande mídia quer fazer parecer que a derrubada do preço foi obra de um gesto generoso do prefeito Neilton Mulim, ou mesmo de uma ação meramente judicial tocada pela Associação Nacional dos Usuários do Transporte – ANADUT.
É necessário lembrar que a derrubada do preço das passagens não foi nem uma coisa e nem
outra. Foi, pelo contrário, produto de muita luta e dos trabalhadores e juventude de São Gonçalo, que, em diversos atos e manifestações, exigiam a redução da tarifa e melhorias na qualidade do serviço prestado.

A quem servem a tarifa social e os subsídios

A liminar (colocada pela Associação Nacional dos Usuários do Transporte – ANADUT) que anulava o aumento foi contestada pela própria prefeitura  e, esta semana, foi revogada. Isso demonstra claramente de que lado está a prefeitura. Apesar das promessas de campanha passagem a 1,50 para o povo gonçalense, Neilton come nas mãos dos empresários do transporte e está mais preocupado em garantir os seus lucros. Esta é uma primeira lição que devemos assimilar: o governo tem um lado – e é o dos empresários.
Recentemente, mais uma bomba! O prefeito Neilton Mulim anunciou que vai sim aplicar a passagem a R$ 1,50... mas só para quem participa do programa bolsa família. O “benefício” será aplicado através de uma política de subsídios. Ou seja, a prefeitura vai bancar com nosso dinheiro essa redução. Para Neilton e sua laia é impensável tocar um dedo no lucro dos empresários.

A liminar caiu! O que isso significa para o movimento?

Outra questão que devemos refletir neste momento é o papel que cumpre a Justiça. A Justiça não é igual para todos: o pobre que rouba um pão vai preso e já começa a apanhar na mesma hora, da PM ou dos “justiceiros”, mas o rico ladrão corrupto, assim como o rico assassino e estuprador, tem a seu dispor os melhores advogados e juízes.
Thor Baptista, filho do milionário Eike Batista, branco e rico, atropelou e matou um ciclista e não aconteceu nada.
Essa Justiça é a mesma que declarou que a greve dos garis é ilegal, mas não fala nada sobre as mortes dos operários nas obras da Copa. A Justiça mandou prender os manifestantes que acidentalmente causaram a morte do cinegrafista Santiago Andrade, mas não puniu um único policial envolvido nas outras nove mortes e centenas de atos de violência e abuso de poder que aconteceram desde junho. A Justiça também tem lado, e é o lado dos que podem pagar por ela – novamente, dos empresários.
Isso quer dizer que não podemos usar as manobras judiciais para apoiar a nossa luta? Claro que não! Mas quer dizer que não devemos ter ilusão que a Justiça vai nos ajudar de bom grado. Nossas armas são as manifestações de rua, as greves, os piquetes e os cartazes, que, da mesma forma que obrigaram os governos a recuar dos aumentos ano passado, também podem obrigar a Justiça a atender nossas reivindicações. Não por “bondade”, mas pela força.

Vamos continuar nas ruas! A luta não pode parar!

Em 2013 a juventude e a classe trabalhadora obrigaram o governo a abrir mão do aumento das passagens. Em 2013, a rede municipal de educação de São Gonçalo fez uma greve que obrigou o governo de Neilton a dar um aumento muito maior do que planejava. Em 2013, os operários do Comperj, em Itaboraí, pararam os canteiros e arrancaram várias reivindicações.
Em 2014 não vai ser diferente. Os operários do Comperj estão novamente em greve, a rede municipal está se mobilizando, e a greve dos garis do Rio de Janeiro impôs uma dura derrota
a Eduardo Paes. A juventude e os trabalhadores de São Gonçalo precisam barrar o aumento novamente!
Além disso, nós, do PSTU, opinamos que nossa luta não pode ser apenas pela revogação do aumento ou pelo fim do Consórcio São Gonçalo. A única forma de garantir transporte de qualidade para todos é a criação de uma Empresa Municipal de Transportes, estatal, controlada pelos trabalhadores e pela população da cidade!


  • Neilton, cumpra o que prometeu! Queremos passagem 1,50 já, irrestrita! Rumo à tarifa zero!
  • Por que muitos devem sofrer para assegurar o lucro de poucos? Queremos a redução para todos! E sem subsídios!
  • Fim do Consórcio São Gonçalo! Por uma empresa pública municipal de transportes sob controle dos trabalhadores e usuários!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Liminar reduz preço das passagens: vitória de quem?

Mobilização é a base de qualquer vitória
Foto: RB
Uma recente decisão judicial reduziu o preço das passagens na cidade, dos R$2,80 anteriormente aprovados pelo prefeito Neilton Mulim para R$2,60. A liminar, impetrada pela "Associação Nacional dos Usuários de Transporte" - ANADUT, foi obtida nesta última quinta, dia 20/02. Contudo, já há na redes sociais uma disputa para estabelecer a "paternidade" dessa conquista: setores governistas alegam ser a redução resultado da vontade do prefeito Mulim, que teria entrado na justiça contra o aumento. Por outro lado, aparentemente o Consórcio São Gonçalo ainda não reduziu as tarifas nas roletas...
Aqui cabe uma discussão muito importante: quem é o responsável por essa vitória, ainda que parcial? Para os defensores da legalidade, foi a Justiça burguesa, que teria barrado o aumento em base ao desconto do IPVA dado às empresas de ônibus (quanta bondade do governador!); para os governistas, foi o prefeito, que ao mesmo tempo em que autorizou o aumento, entrou na justiça para impedi-lo, usando uma associação da qual pouca gente ouviu falar (será que a ANADUT sabe que foi usada?). Contudo, nós do PSTU São Gonçalo, acreditamos que a redução é resultado da luta.
Em suma: sem a luta dos trabalhadores, dos estudantes e da juventude, teria havido redução? A Justiça, que se proclama cega, é realmente isenta, ou sempre acaba beneficiando os mais ricos e poderosos? Alguém realmente acredita na bondade e sinceridade de Neilton Mulim, cujos interessem prioritários parecem ser mais voltados à eleição de seu irmão, Nivaldo, e de
Como a redução ainda é provisória,
novas mobilizações precisam ainda ocorrer. Foto: RB
seu padrinho, Anthony Garotinho? Neste caso, afirmamos categoricamente: sim,. a luta contra o aumento foi essencial para essa vitória, ainda que parcial. E continuaremos lutando, até que nossas propostas sejam conseguidas: o fim do Consórcio São Gonçalo, a redução da passagem para R$1,50 e a estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores e da população.
Há mais uma questão sobre o assunto: muito se falou sobre a manipulação dos movimentos sociais, sobre manifestantes pagos e sobre vandalismo. Entendemos que isso esconde uma intenção de criminalizar os movimentos sociais às vésperas da Copa e outros megaeventos, como mostra o projeto de lei anti-terrorismo da base governista. Ainda mais: desde o ano passado, o PSTU foi a principal organização da esquerda a discordar da tática dos Black Blocs, não porque somos pacifistas, mas porque esse tipo de ação, feito isoladamente da vontade da maioria da classe trabalhadora, mais atrapalha que ajuda. E repudiamos veementemente a acusação de que financiamos manifestantes; ao contrário, nosso partido é que é sustentado por nossos militantes e simpatizantes. Portanto, rejeitamos as acusações de que incitamos baderna. Mas que as elites de São Gonçalo não fiquem descansadas: a hora de sua queda ainda vai chegar!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Justiça ou Bárbarie? Justiceiros são inspirados por ideologias neonazistas

Justiça ou Bárbarie? Justiceiros são inspirados por ideologias neonazistas

Jovem agredido e preso no Flamengo (Foto: reprodução Facebook)

Por Dirley Santos e Arthur Gibson, do PSTU-RJ.

31 de janeiro, sexta-feira à noite ...

Um adolescente negro, de 15 anos, é perseguido pelas ruas. Pego, é violentamente espancado, leva uma facada na orelha e tem sua roupa arrancada. Depois da surra, chorando, é preso nu a um poste, como em umpelourinho improvisado.

Uma situação que remeteria a cenas de cinema, retratando o racismo da KuKluxKlan nos EUA da primeira metade do século passado, ou mesmo a pinturas sobre os períodos colonial e imperial no Brasil.Mas aconteceu em pleno século XXI, na Av. Rui Barbosa, zona sul da cidade do Rio de Janeiro.     A motivação? O jovem, menor de idade,estaria supostamente assaltando pessoas na região.

Seus algozes? Jovens brancos, de classe média, moradores da região que resolveram “fazer justiça com as próprias mãos”.

 O rapaz só foi libertado após a chegada de soldados do Corpo de Bombeiros, que precisaram usar um maçarico para abrir a trava de bicicleta que o prendia e depois o levaram para o Hospital Municipal Souza Aguiar.

Agressores pertencem a grupo de ”justiceiros”

Ao que tudo indica, a agressão foi obra de um grupo local organizado de jovens, inspirados em ideologias fascistas, autodenominados “Justiceiros do Flamengo”.Segundo depoimento do jovem agredido, o grupo, que frequentaria uma academia ao ar livre na Enseada de Botafogo, era composto por cerca de 30 homens que chegaram em 15 motos, atacando a ele e a outros dois jovens com capacetes, rasteiras e joelhadas. Um deles estaria armado com pistola.

De acordo com a própria polícia, o grupo vem atuando desde o ano passado agredindo e torturando a todos que julgam suspeitos. Um grupo que supostamente fazia uma ação foi detido. Sem antecedentes criminais, eles serão investigados por formação de quadrilha e por corrupção de menores. Mas como nenhum dos acusados foi identificado pela vítima; eles pagaram fiança e foram liberados, provavelmente em menos tempo do que o jovem que eles prenderam ao poste demorou para se livrar da tranca no pescoço.

O jovem agredido, por sua vez, se encontra refugiado em um abrigo da prefeitura após ter fugido do Hospital Souza Aguiar, no centro, por não se sentir seguro.

Grupos de extermínios se fortalecem no Brasil

Uma onda de ataques a supostos criminosos e moradores de rua em diversos bairros por parte de grupos que se autointitulam “justiceiros” vem se tornando rotina na região metropolitana do Rio de Janeiro.Recentemente casos semelhantes aconteceram na região da Lapa, na praia de Copacabana e no bairro da Tijuca.

Em São Gonçalo um jovem, que trabalha como caseiro, foi confundido com assaltante e foi linchado até a morte no bairro de Maria Paula. Pelo menos mais quatro pessoas foram espancadas em ruas da cidade no mesmo período, mas conseguiram sobreviver. Um vídeo que circula nas redes sociais e foi inclusive transmitido em TV aberta um jovem, supostamente usuário de drogas, foi assassinado com um tira na cabeça, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

A antropóloga e ativista social Yvonne Bezerra, que foi quem primeiro socorreu o jovem agredido, lembra que nos anos de 1980 existiam gangues de jovens, de classe média da Zona Sul, que saíam às ruas bem vestidos, armados de pau e tacos de beisebol para bater em pessoas em situação de rua.

A existência de grupos deste tipo é a face mais dura de uma sociedade capitalista baseada em preconceitos racistas, machistas e homofóbicos e em uma mentalidade de segurança pública que defende o “olho por olho, dente por dente”, “bandido bom, é bandido morto”.

De acordo com o Mapa da Violência 2013: Homicídio e Juventude no Brasil, publicado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), a cada 100 mil jovens, 53,4, com idades entre 14 e 25 anos, foram assassinados, em 2011. E entre 1908 e 20111, as mortes por homicídio, tiveram um aumento de 326,1%. Criando um caldo de cultura de mais violência entre a população.

Homem amarrado nu no bairro da Tijuca
Na  grande mídia, apologia. Nas redes sociais, polêmica.

Em diversas postagens sobre o tema, principalmente em veículos da mídia grande, páginas de apoiadores e organizações neonazistas e comunidades de policiais e militares, é possível ver um número grande de pessoas declarando apoio as ações dos “justiceiros”.

Em boa parte destas declarações pipocam principalmente frases e xingamentos contra moradores de rua, negros e homossexuais. Além de ameaças aos que questionam e criticam estes grupos. A própria Yvonne Bezerra, denunciou que vem recebendo seguidas ameaças em seu perfil no Facebook.

Chegou-se ao ponto da apresentadora do Jornal do SBT, Rachel Sherazade declarar publicamente seu apoio a ação ocorrido no bairro do Flamengo, chegando a afirma que “O contra-ataque aos bandidos é o que chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite. E, aos defensores dos Direitos Humanos, que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: faça um favor ao Brasil, adote um bandido”. Contudo choveram críticas e repúdio a jornalista por parte de vários setores da sociedade.

Como escreveu também no Facebook o estudante João Pedro de Sá, poeta e ativista filiado ao PSTU “Se esse jovem não estava na Pedra do Sal (...) ouvindo a alta poesia da música negra, tomando cerveja e conversando com seus amigos sobre seu trabalho de mestrado não é porque tenha um delírio malévolo de assaltar pessoas, fruto de uma natureza mais maligna ou menos humana que qualquer pessoa, mas porque não existe espaço objetivo pra dignidade e felicidade de todos no projeto capitalista, racista e violento de país que dirige o Brasil. Sem entender isso, não se entende nada e, facilmente, até mesmo sem perceber, se cai no colo dos fascistas”.

É preciso denunciar e combater o crescimento destes “justiceiros”

O atual ressurgimento destes grupos de "justiceiros" no Rio de Janeiro é fruto do crescimento de bandos neonazistas e suas ideologias entre jovens da classe média carioca

Por outro lado também contribui a falência da política de segurança pública que se apoia na farsa da pacificação através da ocupação militar das comunidades pobres, do não enfrentamento consequente ás milícias formada por paramilitares e na não punição aos policiais e oficiais corruptos.

A própria Anistia Internacional, segundo seu diretor para o Brasil, Atila Roque, já disse preocupada com o apoio que estes crimes cometidos por "justiceiros" tem obtido junto a expressivos setores da sociedade.

Não se pode deixar naturalizar isso, é necessário demonstrar absoluto repúdio e responder com urgência e à altura este tipo de ação reacionária. Pois estes grupos são irmãos siameses de bandos neonazistas (se não os próprios) que em ano passado tentaram intimidar e provocar os movimentos sociais, fixando cartazes próximo às sedes do PCB e do PSTU e atacando as colunas destes partidos e de setores dos movimentos sociais nas manifestações de junho.

Nós do PSTU seguimos, como na época da prisão dos neonazistas de Niterói e dos ataques de junho, conclamando“a todos os demais partidos e entidades democráticas em geral, centrais sindicais e sindicatos, entidades estudantis, ONG’s, quilombos, organizações LGBTs, movimentos sociais e parlamentares para que façamos uma ampla campanha antifascista para que indivíduos e grupos como estes não proliferem impunemente”.