quinta-feira, 24 de abril de 2014

Dayse Oliveira: Somos todas Arielle! Chega de racismo na TV!

---Dayse Oliveira, professora, da Secretaria de Negros e Negras do PSTU de São Gonçalo e Itaboraí


Um comentário de Fausto Silva no último domingo (20) provocou revolta entre ativistas da luta contra o racismo. Em seu programa, Faustão disse que Arielle Macedo, uma das dançarinas de Anitta, tem cabelo de "vassoura de bruxa". Arielle, que é de São Gonçalo, apareceu em um vídeo exibido originalmente no ano passado, em que aparecia com cabelo black power vermelho. Ao final do videotape, o apresentador fez o comentou: "Olha lá, a Arielle com cabelo de vassoura de bruxa".

Não é novidade que haja todo tipo de preconceito no programa do Faustão. Quando o jogador Emerson Sheik tirou uma foto beijando um amigo, por exemplo, várias dançarinas do programa repudiaram de forma homofóbica o fato no programa, e o próprio Faustão falou que "homem com homem dá lobisomem". Já perdi a conta da quantidade de vezes que Faustão usou termos como "boiola", "viado", "vadia", "galinha", e outros. Mas é a primeira vez em algum tempo que há racismo tão explícito no programa.



Meu cabelo é bom, ruim é o seu racismo!


Arielle é uma bailarina negra que se nega a obedecer os padrões brancos de beleza. O cabelo crespo é parte importante da identidade das mulheres negras, uma forma de nos reconhecermos enquanto negras, uma forma de gritarmos "sou negra!". Ouvimos piadas como a de Faustão todos os dias quando usamos nossos cabelos em sua forma natural, exatamente pela importância que tem para a afirmação da negritude. Mas a pianista de jazz japonesa Hirome usa um cabelo parecido e nunca vi nenhum comentário do tipo no Youtube ou Facebook. Porque será?

A burguesia está mais uma vez escolhendo negros para serem os perdedores na crise do capitalismo. Para isso usa os meios de comunicação com o intuito de divulgar as mentiras racistas, mostrando o branco como “o correto, bonito, universal e superior ” e o negro como o “errado, feio, o inferior merecedor de ser o perdedor, o selvagem”. O racismo justifica o extermínio da juventude negra, como aconteceu com DG no Pavão-Pavãozinho, com Amarildo na Rocinha e com Anderson no Caramujo. Justifica o tratamento desumano nas escolas públicas sucateadas, nos hospitais sucateados, na fila do desemprego. Justifica os baixos salários e piores condições de trabalho, que levam a mortes em acidentes, como sempre acontece no Comperj. Justifica a falta de moradia, como mostra a violência contra os moradores da ex-TELERJ e os catadores de Itaoca, majoritariamente negros.

O racismo deve ser discutido e combatido todos os dias. Ele está presente em tudo, em todos os livros, todos os programas de TV, todos os empregos. O sistema capitalista sempre lucrou com a opressão de negros e negras, indígenas... Não sejamos ingênuos, a declaração de Faustão não é um raio em céu azul. É preciso repudiar esse fato, exigir retratação, e afirmar que a único caminho para o fim do racismo é a união de negros e brancos, homens e mulheres, para construir uma sociedade socialista.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Debate "Os 50 anos do golpe civil-militar e a repressão ao movimento operário" - parte 2

Confira a 2ª parte do debate organizado pelo PSTU São Gonçalo e pelo Conselho de CA's da FFP-UERJ, realizado no dia 10/04/2014.
Contou com a presença dos debatedores Josemar Carvalho, presidente do PSOL-SG, Aderson Bussinger, advogado, representando o PSTU, e José Luiz Muniz, representando a Comissão Municipal da Verdade de São Gonçalo.

Debate "Os 50 anos do golpe civil-militar e a repressão ao movimento operário" - parte 1

Confira a 1ª parte do debate organizado pelo PSTU São Gonçalo e pelo Conselho de CA's da FFP-UERJ, realizado no dia 10/04/2014.
Contou com a presença dos debatedores Josemar Carvalho, presidente do PSOL-SG, Aderson Bussinger, advogado, representando o PSTU, e José Luiz Muniz, representando a Comissão Municipal da Verdade de São Gonçalo.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A coragem é contagiosa (parte 1)

O levante da classe trabalhadora que está se espalhando por todo o Brasil chegou em São Gonçalo. Depois da heróica greve do COMPERJ, que durou quase 50 dias, é a vez dos trabalhadores da rede municipal de educação e dos agentes comunitários de saúde (ACS) da cidade, que estão protagonizando greves fortíssimas, com atos de rua cheios e grande índices de paralisação nas base. O Sindicato Estadual de Profissionais da Educação, SEPE, estima em 90% o número de trabalhadores parados.

Ambas as greves se enfrentam com a prefeitura de Neilton Mulim, que chega a ao meio de seu segundo ano de mandato mostrando total descaso com os servidores públicos. "Os professores tem o menor salário de todo o estado do Rio de Janeiro, cerca de R$750, e estão sem receber suas "dobras" (horas extras) desde o início do ano", diz Dayse Oliveira, diretora do SEPE e militante do PSTU. Os ACSs recebem valor parecido, não tem estabilidade garantida e são assediados moralmente o tempo todo pelos vereadores, para os quais o prefeito "loteou" os postos de saúde, como tem sido denunciado pelo Movimento de Trabalhadores da Saúde em Luta (MTSL-SG), apoiado pela CSP-Conlutas.

O PSTU apóia incondicionalmente a luta dos trabalhadores da educação municipal e agentes comunitários da saúde de São Gonçalo e exige que a prefeitura de Neilton Mulim atenda às reivindicações das categorias!

--->Neilton, cumpra suas promessas! Salários decentes já para os servidores!
--->Nenhuma punição aos grevistas! Chega de assédio moral!
--->Pela mudança de regime para os ACS! Servidor público tem que ser estatutário!
--->Pagamento imediato das dobras dos professores e do FGTS dos ACS!

São Gonçalo precisa ser para @s trabalhadorxs!