terça-feira, 25 de março de 2014

Sindicato dos garis de Niterói trai categoria e aceita acordo rebaixado

Direções municipais do PSTU de Niterói e São Gonçalo


Os garis de Niterói saíram as ruas! E assim como no Rio, tiveram que ignorar a direção do seu sindicato. A greve dos garis do Rio deu grandes lições às categorias em luta e também às burocracias encasteladas no poder há anos ou mesmo décadas. O “experiente” dirigente do Sintancluns rapidamente se localizou , já que a despeito da sua posição e ligação com o governo ia ter luta. 
Garis de Niterói seguem exemplo do Rio
e iniciam greve inédita
Após uma assembléia que ocorreu na sede da empresa, onde reinou a bagunça e nada se ouvia, ele pensou ter passado para a categoria suas instruções. Mas, como no Rio, a categoria estava apenas ignorando a direção do sindicato - recém empossada, numa eleição apurada a portas fechadas e às escuras, literalmente. Saíram de lá, e foram à LUTA!
Quando a direção descobriu o ato, teve que correr atrás dele! E lá adiante, nas barcas, junto à categoria desde antes decidida, puderam então gritar: GREVE!!! Não era mais que uma tentativa de ganhar tempo. 
A categoria tinha em mente duas reivindicações simples: piso salarial do Rio, tíquete-alimentação de R$ 20,00. 
Todos os garis agora querem! E nada é mais justo que isso! 
Ficaram de lado pautas específicas. Reflexo da despolitização em que aposta o sindicato dirigido pelo PT para se manter no poder a nada menos que uma década! A categoria não recebe auxílio creche, por exemplo. E além de não produzir material para a população e para a categoria, de não colar cartazes nos distritos etc., o sindicato não aproveitou a oportunidade da presença maciça de sua base, nos atos ou em qualquer outro momento, de fazer importantes debates sobre temas tão fundamentais à categoria, como o Assédio Sexual e Moral, por exemplo. 
Ao contrário, conduziu o movimento à despolitização. E desde o princípio apostou em semear confusão na cabeça dos trabalhadores. 27% sobre o que eles recebem hoje, míseros R$695,00, perfazem um valor aproximado ao piso estadual (R$874,00). O piso estadual é a reivindicação que o sindicato expressa em suas declarações à imprensa e ao governo. A base categoria esperava escutar dos diretores que estes 27% são sobre o piso do Rio (que eles não recebem!) atingindo R$ 1,109,98 , R$ 9,98 a mais que o salário conquistado na luta travada por cima da burocracia sindical, no Rio. Sendo que eles pediam R$1.200,00.
Depois de seguir os trabalhadores para lá e para cá em seus atos, depois de muitas reuniões com o Governo e a Justiça, o sindicato resolveu trazer para a categoria a informação de que a greve conseguiu com que se pague o piso salarial do estado e que não haverá corte de ponto ou demissões em função dos dias parados. 
Garis do Rio deram o exemplo de luta, passando
por cima da direção de seu sindicato e derrotando
o governo de Eduardo Paes.
Mas neste momento não é possível levar o fim da greve para votação. Para eles, também é preciso correr os distritos e anunciar isto como uma grande vitória antes da assembléia. É preciso também ir a São Gonçalo, onde a categoria já anunciou a GREVE e mostrar aquilo que Niterói conseguiu com seu “vandalismo” e que nem sempre as coisas são como no Rio... Em São Gonçalo, o sindicato já interviu e lá a pauta de reivindicações é rebaixada em relação ao Rio e mesmo a Niterói. O sindicato precisa explicar porque esses trabalhadores devem comer menos e pior que Niterói... Porquê é preciso acatar as decisões judiciais para preservar o sindicato das multas? Ou preservar os nossos empregos?
Os gastos em Niterói e São Gonçalo não são em ginásios ou estádios. Mas, como no Rio e em todo o país, o governo está a serviço dos grandes empresários, dos banqueiros. Em Niterói e São Gonçalo não vai ter Copa mesmo, mas luta vai ter, com certeza.
“Gari, escuta: Sua luta é nossa luta”: Nós, do PSTU, acreditamos que os sindicatos devem estar a serviço dos trabalhadores, não acreditamos na justiça burguesa e chamamos os trabalhadores à organização na base, para assim conduzir de forma mais firme essa mobilização, de forma a alcançar uma vitória real e não esse arremedo de conquista que o Sintacluns afirma ter conseguido.

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