segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Liminar reduz preço das passagens: vitória de quem?

Mobilização é a base de qualquer vitória
Foto: RB
Uma recente decisão judicial reduziu o preço das passagens na cidade, dos R$2,80 anteriormente aprovados pelo prefeito Neilton Mulim para R$2,60. A liminar, impetrada pela "Associação Nacional dos Usuários de Transporte" - ANADUT, foi obtida nesta última quinta, dia 20/02. Contudo, já há na redes sociais uma disputa para estabelecer a "paternidade" dessa conquista: setores governistas alegam ser a redução resultado da vontade do prefeito Mulim, que teria entrado na justiça contra o aumento. Por outro lado, aparentemente o Consórcio São Gonçalo ainda não reduziu as tarifas nas roletas...
Aqui cabe uma discussão muito importante: quem é o responsável por essa vitória, ainda que parcial? Para os defensores da legalidade, foi a Justiça burguesa, que teria barrado o aumento em base ao desconto do IPVA dado às empresas de ônibus (quanta bondade do governador!); para os governistas, foi o prefeito, que ao mesmo tempo em que autorizou o aumento, entrou na justiça para impedi-lo, usando uma associação da qual pouca gente ouviu falar (será que a ANADUT sabe que foi usada?). Contudo, nós do PSTU São Gonçalo, acreditamos que a redução é resultado da luta.
Em suma: sem a luta dos trabalhadores, dos estudantes e da juventude, teria havido redução? A Justiça, que se proclama cega, é realmente isenta, ou sempre acaba beneficiando os mais ricos e poderosos? Alguém realmente acredita na bondade e sinceridade de Neilton Mulim, cujos interessem prioritários parecem ser mais voltados à eleição de seu irmão, Nivaldo, e de
Como a redução ainda é provisória,
novas mobilizações precisam ainda ocorrer. Foto: RB
seu padrinho, Anthony Garotinho? Neste caso, afirmamos categoricamente: sim,. a luta contra o aumento foi essencial para essa vitória, ainda que parcial. E continuaremos lutando, até que nossas propostas sejam conseguidas: o fim do Consórcio São Gonçalo, a redução da passagem para R$1,50 e a estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores e da população.
Há mais uma questão sobre o assunto: muito se falou sobre a manipulação dos movimentos sociais, sobre manifestantes pagos e sobre vandalismo. Entendemos que isso esconde uma intenção de criminalizar os movimentos sociais às vésperas da Copa e outros megaeventos, como mostra o projeto de lei anti-terrorismo da base governista. Ainda mais: desde o ano passado, o PSTU foi a principal organização da esquerda a discordar da tática dos Black Blocs, não porque somos pacifistas, mas porque esse tipo de ação, feito isoladamente da vontade da maioria da classe trabalhadora, mais atrapalha que ajuda. E repudiamos veementemente a acusação de que financiamos manifestantes; ao contrário, nosso partido é que é sustentado por nossos militantes e simpatizantes. Portanto, rejeitamos as acusações de que incitamos baderna. Mas que as elites de São Gonçalo não fiquem descansadas: a hora de sua queda ainda vai chegar!

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